Pequenas mudanças na dieta podem reduzir emissões em 31%, diz estudo
Você sabia que de acordo com um estudo recente, pequenas mudanças na dieta como a substituição de até 50% de carne e laticínios por produtos veganos pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em até 31%? Pois é, e não para por aí!
A pesquisa divulgada na Nature, também mostra que essas pequenas mudanças podem ajudar a erradicar o desmatamento de florestas, contribuir para a segurança alimentar e para a redução dos impactos do aquecimento global. Confira!
O estudo
A pesquisa usou um modelo econômico global de uso da terra para avaliar os impactos no planeta de uma mudança alimentar mundial rumo a uma dieta mais baseada em vegetais. Para isso, foram envolvidos pesquisadores de diferentes universidades, além da Impossible Foods, empresa privada especializada na produção de produtos vegetais.
Assim, os cientistas e especialistas da Impossible colaboraram mutuamente. A empresa forneceu receitas 100% vegetais de carne bovina, suína, frango e leite para pesquisa. Tudo isso com a mesma qualidade nutricional das carnes de origem animal, para que a análise fosse realizada de maneira mais realista possível e com total autonomia dos pesquisadores.
Trocar pelo menos 50% de carne e laticínios por alimentos à base de plantas pode diminuir as emissões em 31%, especialmente se associado a uma agricultura mais sustentável.
Portanto, caso se invista na recuperação das áreas degradadas aliadas a um manejo mais cuidadoso da terra, os benefícios climáticos poderiam ser muito mais significativos. Vale destacar que o estudo traça um cenário comparativo entre 2020 x 2050.
Nós precisamos de muito mais do que ‘segundas-feiras sem carne’ para reduzir as emissões globais de GEE que impulsionam as alterações climáticas – e este estudo mostra-nos um caminho a seguir, disse a co-autora do estudo, Eva Wollenberg, da Universidade de Vermont (UVM).
Wollenberg ainda destacou que as carnes vegetais não são uma mera inovação, uma vez que elas têm potencial para reduzir a fome no mundo, melhorar problemas climáticos e ajudar a resguardar a biodiversidade do nosso planeta. No entanto, é óbvio que muitos fatores precisam ser levados em consideração, como iniciativas políticas e o desenvolvimento de novas tecnologias.
Vale dizer que o estudo é o primeiro a analisar amplamente a segurança alimentar a nível mundial e os impactos ambientais do consumo da carne e do leite plant-based em maior escala.
Mudanças na dieta: conclusões do estudo
De acordo com a investigação, caso a população mundial substituísse 50% da sua dieta por alimentos vegetais, bem como os governos adotassem uma política preservacionista e regeneradora das áreas prejudicadas, alguns benefícios relevantes poderiam ser notados até 2050, tais como:
- Redução da área agrícola global em 12%, o que se traduz para cerca de 653 milhões de hectares de terra disponíveis para outros usos
- Redução do uso de água em 10%
- Uso de nitrogênio reduzido pela metade
- Queda da subnutrição em 3,6%
- Com iniciativas do governo, o sequestro de carbono chegaria 3,3 mil milhões de toneladas adicionais. Para se ter uma ideia, isso significa 58% das metas do Desafio de Bonn e entre 13-25% da meta estabelecida no Quadro Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal, ambas direcionadas à recuperação de terras desmatadas
Considerações finais
O setor da pecuária é responsável por cerca de 14,5% de toda a produção de gases de efeito estufa do planeta. Por outro lado, cada vez mais pesquisas têm mostrado os benefícios que a dieta vegana pode trazer à nossa saúde e também ao meio ambiente.
A pesquisa em questão levou em consideração uma mudança global. Nesse contexto, é importante observar que os resultados podem ser um pouco diferentes de acordo com as particularidades de cada país.
Contudo, os dados são extremamente valiosos para que cada um de nós possa fazer a sua reflexão para além da nossa sede pela satisfação imediata e sim para o futuro que queremos. Ah, a Nature disponibilizou o estudo completinho!